Direção: Werner Herzog
Roteiro: Werner Herzog
Gênero: Biografia/Drama/Histórico
Gênero: Biografia/Drama/Histórico
Origem: Alemanha Ocidental
Duração: 110 minutos
Tipo: Longa-metragem
Ano: 1974
A começar pelo título original - Jeder für Sich und Gott Gegen Alle (Cada um por si e Deus contra todos) – percebe-se quão polêmico é este filme do diretor alemão Werner Herzog. Polêmico e psicologicamente profundo, diga-se de passagem. Somos apresentados a Kaspar Hauser, um jovem que viveu seus primeiros 15 anos de vida aprisionado em um porão, sem manter contato algum com o mundo exterior. Certo dia é libertado por um misterioso homem que o deixa em uma praça na cidade de Nuremberg, com uma carta e um livro de orações em suas mãos. A partir daí, os moradores o recebem e começam a transmiti-lo todos os conhecimentos necessários para um convívio, diríamos, normal em sociedade. Mas apesar de todos os ensinamentos recebidos, Hauser continuava se distinguindo dos demais. Aos poucos, começaram a surgir em sua mente questionamentos. Por exemplo, ele não acreditava que Deus podia ter criado tudo o que existe a partir do nada. Ao ser ensinado, era-lhe dito que “deveria acreditar no mistério da fé, sem procurar entender”. Progressivamente, foi evoluindo em conhecimentos, mas, ao mesmo tempo, parecia viver isolado em seu mundo. A sua excentricidade aliada à perplexidade provocada nas pessoas fizeram dele atração de um circo local. Talvez a não convivência em sociedade desde o nascimento provocara nele um bloqueio tal que o fizera viver quase que de forma vegetativa. O Enigma de Kaspar Hauser disputou a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1975, onde ganhou três prêmios. Curiosamente, o ator escalado por Herzog para ser o protagonista, Bruno S., era, na época, um artista de rua que fora diagnosticado como esquizofrênico, o que deu ao personagem veracidade e naturalidade. Enfim, um bom filme que provoca interessantes reflexões.