terça-feira, 28 de agosto de 2012

Fata Morgana(1970)


Direção: Werner Herzog
Elenco: Eugen Des Montagnes, James William Gledhill,Wolfgang von Ungern-Sternberg.
País de Origem: Alemanha
Ano: 1971
Duração: 1hs 13m 15s

Começa o filme. Na primeira cena, surge no horizonte um avião pousando lentamente em uma pista que poderia ser em qualquer aeroporto do globo. Quando a aeronave, enfim, consegue tocar o solo, a cena é cortada bruscamente. Outro avião aparece. Com o mesmo enquadramento da cena anterior, o avião pousa tão “rápido” quanto o anterior. Toca a pista e, mais uma vez a cena é cortada. Para desespero de quem está assistindo, surge outro avião. Enfim, ao todo, a cena se repete oito vezes. Este é Fata Morgana, um dos filmes polêmicos de Werner Herzog.
Lançado em 1970, ele é um misto de documentário e ficção. Seu título significa miragem. Na verdade, algumas cenas do filme parecem grandes miragens. A princípio, Herzog queria rodar uma ficção científica, mas ao iniciar as filmagens, jogou fora o roteiro. Literalmente. O filme não tem um enredo definido, fugindo assim à estrutura narrativa. Segundo a autora do livro Werner Herzog, O Cinema como Realidade, Lúcia Nagib, Fata Morgana se destina, a princípio, à fruição sensível, como a que exige a execução de uma peça musical. Diante disso, o uso da imagem aliada à música é essencial na obtenção do efeito desejado.O filme é dividido em três partes: Criação, Paraíso e A Idade de Ouro. Ele é narrado por Lotte Eisner, uma cineasta alemã pela qual Herzog nutria na época grande admiração.

Início do filme: Um avião pousa lentamente 
Influencia Brasileira
A obra de Herzog também sofreu influencia do cinema brasileiro. O Cinema Novo nos anos 60, com os filmes dos cineastas Ruy Guerra e Glauber Rocha, serviram de inspiração para o alemão. A busca por uma identidade, a luta contra o conformismo e a descoberta da própria realidade, foram pontos em comum compartilhados pelos cineastas dos dois países. A admiração pelos brasileiros foi tamanha que Herzog convidou Ruy Guerra para desempenhar um papel de destaque em Aguirre (1972).

Ruy Guerra nas gravações de Aguirre (1972)

Veja o trailer de Fata Morgana

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Corvo(2012)


Diretor: James McTeigue
Elenco: John Cusack, Luke Evans, Alice Eve, Brendan Gleeson, Oliver Jackson-Cohen, Brendan Coyle, Pam Ferris
Produção: Marc D. Evans, Trevor Macy, Aaron Ryder
Roteiro: Ben Livingston, Hannah Shakespeare
Fotografia: Danny Ruhlmann
Duração: 111 min.
Ano: 2012
País: EUA/ Espanha/ Hungria
Distribuidora: Paris Filmes
Classificação: 14 anos

Ele não teve uma vida fácil. Quando tinha apenas um ano, seu pai foi embora. Logo depois sua mãe viera a falecer, sendo ele e os outros dois irmãos acolhidos por outra família. Aos 18 anos fora expulso da universidade devido à sua vida boêmia. Tentou carreira militar, mas também acabou sendo dispensado. Mais adiante, depois da morte da mãe adotiva, fora morar com uma tia viúva. Apaixonara-se pela prima, Virgínia, casando-se com ela logo em seguida. Mas o tempo reservara-lhe mais uma dor: Virgínia adquiriu tuberculose, vindo a falecer pouco depois. 
Esta vida marcada por tanto sofrimento refletiu profundamente na obra de um dos maiores escritores da literatura americana: Edgar Allan Poe. E é justamente em torno da sua obra que gira a trama de O Corvo.
No ano de 1849, um serial killer passa a assombrar a cidade norte-americana de Baltimore. Suas vítimas são selecionadas tendo como inspiração os contos de Edgar Allan Poe (John Cusack). A situação piora quando o criminoso decide raptar sua noiva, Emily (Alice Eve), enterrando-a viva. Poe se une ao detetive Emmett Fields (Luke Evans) numa intensa luta contra o tempo: cada pista encontrada tem certa relação com alguma de suas obras.


Um dos pontos fracos do filme é a pífia atuação de John Cusack, que não consegue captar e expressar toda a profundidade exigida pelo seu personagem. Por sinal sua participação no longa fora ofuscada pela boa atuação de Luke Evans. Outro problema é a forma como a história foi conduzida: em alguns momentos se arrasta, tornando o filme um pouco cansativo.
Com direção de James McTeigue – conhecido por dirigir V de Vingança e Ninja Assassino – o filme lembra um pouco o atual sucesso de bilheteria Sherlock Holmes, com uma pequena diferença: não tem Robert Downey Jr. no elenco.
Enfim, não está à altura da obra do famoso escritor americano.

James McTeigue ao lado de Cusack nas gravações